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Ômicron e influenza levam farmácias do DF ao desabastecimento

Ômicron e influenza levam farmácias do DF ao desabastecimento

Crescimento da demanda e desabastecimento de insumos na indústria causaram escassez de medicamentos nas farmácias
A expansão no número de casos da covid-19, aliada ao aumento da contaminação por influenza, gerou uma crise no setor de farmácias, no Distrito Federal: o estoque de medicamentos contra os sintomas gripais se esgotou em grande parte delas. Xaropes, vitamina C e pastilhas para tosse sumiram das prateleiras das drogarias. E o problema atinge também as distribuidoras, que estão desabastecidas de insumos para produzir e vender os produtos para o varejo. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofarma-DF), Francisco Messias, confirma que “faltam antibióticos, antigripais, antitérmicos e xaropes. Trabalhamos com a expectativa de que no fim de fevereiro — no máximo, até 10 de março — as coisas comecem a se normalizar”, adianta.
“O setor farmacêutico está sofrendo um desabastecimento de medicamentos para tratar as doenças respiratórias. É uma situação complicada. Em parte porque em dezembro as indústrias entraram de férias e voltaram em 10 de janeiro”, destaca o representante do setor. Segundo ele, a demanda por insumos está muito alta. “E a onda de gripe no DF provocou uma procura maior do que o esperado. O setor está se esforçando para normalizar a situação, mas cada lote de produção que fica pronto é dividido para o país todo”, esclarece.
Procura
Funcionária da Droga Center do Santa Maria, Fabíola Paes explica que, no pior momento, em meados de janeiro, a unidade sofreu com falta até de soro fisiológico. “A procura está muito alta e o produto (soro) estava sendo usado para fazer lavagem (no nariz). A razão foi o surto de gripe. As empresas estavam acostumadas a fabricar uma quantidade e de repente a procura aumentou muito. Além disso, os funcionários deles adoeceram também, o que diminuiu a mão de obra na fabricação”, pontua.
O mesmo cenário se repete na Drogaria Premium, do Sudoeste. O atendente Allain Borgmann relata que a situação é parecida com a enfrentada no começo da crise sanitária do Sars-CoV-2. “É igual a 2020, que teve o surto e faltou máscara. Agora, os medicamentos mais afetados são os expectorantes, que ajudam a expulsar a secreção. Por enquanto, os distribuidores não deram um prazo para resolver o problema”, ressalta.
Farmacêutico da Drogaria Combate, do Riacho Fundo 1, Clésio Ferreira destaca que alguns clientes chegaram a sair da unidade de mãos vazias. “As pessoas não estão encontrando nem nas distribuidoras. Quando chegam, são poucas unidades, e logo acaba de novo”, pontua.
A infectologista Ana Helena Germoglio orienta a população a ter cuidado na compra de remédios sem prescrição, mesmo os antigripais. “Não é porque o medicamento está disponível para ser comprado que ele pode ser tomado a esmo, em um consumo irracional. Precisamos ter cuidado com essa conduta de comprar medicamentos sem prescrição médica”, destaca.
Testes de covid-19
Desde janeiro, os brasilienses enfrentam dificuldades para conseguir o diagnóstico do novo coronavírus. Raquel Macedo de Souza, 34, moradora de Sobradinho I, conta que foi ao centro de saúde. “Procurei atendimento porque estava com os sintomas. Mas, o médico disse que eu estava com gripe. Me deu oito dias de atestado. Quando enviei para a minha patroa, ela disse que no CID estava constando que o diagnóstico era covid-19”, relata. A patroa pagou o exame em uma clínica particular, e o resultado foi positivo. “Os medicamentos eu também tive que comprar, porque da receita que o médico passou, no centro de saúde eu só consegui 30ml de soro fisiológico”, lamenta.
Questionada sobre a falta de remédios, a Secretaria de Saúde informou que as compras da pasta obedecem aos princípios da legislação vigente. “As compras no setor público estão vinculadas à Lei, ao processo licitatório e à entrega dos fornecedores.”, informa.
“A secretaria ressalta que toda compra é programada antes de acontecer a falta do item. Para medicamentos que são comprados pelo Ministério da Saúde, é necessário aguardar o envio por parte do órgão federal.

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