Embaixada do Brasil pede que brasileiros deixem duas províncias da Ucrânia
Embaixador pediu que os cidadãos brasileiros na Ucrânia preenchessem um formulário para agilizar comunicação em situações emergenciais
Neste sábado, 19, a Embaixada do Brasil em Kiev, na Ucrânia, recomendou aos brasileiros que vivem no país que fiquem atentos à ameaça crescente de guerra, e pediu que deixem as províncias de Donetsk e Luhansk. Segundo a Embaixada, a preocupação se deve “ao aumento das violações de cessar-fogo registradas na linha de contato no leste da Ucrânia”.
“A Embaixada do Brasil em Kiev recomenda aos brasileiros no país redobrar a atenção e evitar visitas às províncias ucranianas de Donetsk e Luhansk. Aconselha-se aos cidadãos que já estejam nessas regiões que considerem deixá-las sem demora”, lê-se no documento.
Os brasileiros na Ucrânia precisam também ficar atentos à possibilidade de novos cancelamentos ou adiamento de voos internacionais na próxima semana. “A empresa aérea Lufthansa anunciou esta tarde que vai suspender temporariamente seus voos de Kiev e Odessa a partir de segunda-feira, dia 21/2, e pelo menos até o final do mês”, informou no comunicado.
O Brasil na Ucrânia e na Moldova, Norton de Andrade Mello Rapesta, já havia divulgado no dia 18 uma nota para brasileiros residentes ou em visita aos dois países. Na nota, afirma: “com o objetivo de permitir que a Embaixada do Brasil em Kiev tenha um panorama mais correto da comunidade brasileira na Ucrânia e na Moldova, bem como de seu tamanho, perfil e distribuição geográfica”.
Para isso, o embaixador pediu que os cidadãos brasileiros no país preenchessem um formulário. A medida permitirá que a Embaixada possa, se necessário, comunicar-se de forma mais eficiente com a comunidade brasileira residente ou em visita a estes países. De acordo com Rapesta, o registro é um instrumento importante para divulgação de informações úteis e para a transmissão de orientações em caso de situações emergenciais de qualquer natureza.
“Embora não seja obrigatório, recomendo que todos dediquem uma pequena parcela de seu tempo para preencher o formulário de registro, no link. Os cidadãos que já se registraram recentemente não precisam repetir o processo.
Segundo o Decreto 7.724, que regulamenta a Lei de Acesso à Informação, “as informações prestadas são confidenciais, de uso reservado do Setor Consular e somente poderão ser compartilhadas mediante a autorização expressa do interessado”.
Tensões crescentes
Desde o dia 5 de dezembro, a movimentação de 175 mil soldados russos na fronteira com a Ucrânia foi percebida por satélites. Além das tropas, a Rússia mobilizou tanques, artilharia e equipamentos para uma possível invasão. Então, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, anunciou no dia 30 de janeiro um pacote de sanções às atividades econômicas russas, caso Moscou use a força para invadir a Ucrânia.
A Ucrânia não faz parte da Otan, mas é um país vizinho com fortes relações comerciais e tem importância estratégica. Biden definiu o possível pacote de sanções como “sem precedentes”, enquanto que Putin posicionou que tal medida seria um “erro colossal” que poderia levar ao rompimento completo das relações no eixo russo-americano. Na prática, tratam-se de leis que atingem toda e qualquer empresa que desempenhe atividades de interesse para o governo de Vladimir Putin.
O Reino Unido, membro da Otan, comunicou por meio da ministra das Relações Exteriores britânica, Liz Truss, que: “Não haverá nenhum lugar onde os oligarcas russos possam se esconder”, no dia 30 de janeiro. Neste momento, tropas americanas e canadenses se acumulam no interior da Ucrânia, enquanto a presença Russa continua suas atividades do outro lado da fronteira.