Kajuru diz que não desistiu da Lava Toga
Faltam apenas cinco assinaturas para que o Senado possa apurar supostos excessos cometidos em cortes superiores no Brasil, a exemplo do Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com o senador Jorge Kajuru (Podemos). Um dos articuladores da proposta de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que ficou conhecida como Lava Toga, o congressista por Goiás afirma que não desistiu do “sonho” que seria a investigação sobre o poder judiciário, algo que ele defende desde 2019 sob alegação de que é preciso abrir “a caixa-preta dos tribunais”.
O senador goiano critica, por exemplo, denúncias sobre venda de sentenças; excesso de funcionários, que, segundo ele, ultrapassa 200 por ministro; e benefícios como auxílio-funeral. A pauta também é encabeçada por Eduardo Girão (Podemos-CE), parceiro de Kajuru na viabilização da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pode colocar fim à reeleição no Executivo. “Nós dois não desistimos. Faltam cinco assinaturas e nós vamos continuar trabalhando. Outros senadores estão com a gente. Ninguém desistiu de um sonho que seria a CPI do judiciário. Não é nada contra o Supremo Tribunal Federal, é em relação a todos os tribunais do Brasil”, afirma.
Kajuru inclusive foi o primeiro parlamentar a assinar o requerimento proposto por Alessandro Vieira (PSDB-SE), arquivado em fevereiro de 2019, seis dias depois do pedido de criação da CPI. Apesar de ter conseguido o quórum básico, de 27 senadores, para início da investigação, a articulação retrocedeu depois que dois senadores retiraram a assinatura.
A nova tentativa de investigação dos tribunais superiores e a movimentação de Kujuru coincidem com o momento em que o STF decidiu manter as investigações sobre ele, por três votos a dois, em processos por injúria movidos pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD) e pelo ex-deputado Alexandre Baldy (Progressistas). Ele decidiu recorrer, mas na ocasião alegou que o entendimento da corte seria uma retaliação à tentativa de abertura da CPI. Para Kajuru, a decisão foi injusta e vai contra a jurisprudência do próprio Supremo.