Assessora de vereador é supostamente flagrada vendendo diploma falso por R$ 100
A assessora parlamentar Nubia Pereira da Silva Ribeiro foi supostamente flagrada cobrando R$100 por diploma falso de pós-graduação dentro do gabinete do vereador Kleybe Morais (MDB) na Câmara Municipal de Goiânia. A denúncia foi divulgada pelo O HOJE. De acordo com a apuração do jornal, a venda teria sido realizada principalmente nas últimas semanas após os aprovados no processo seletivo simplificado 001/2021 da Secretaria Municipal da Educação (SME) irem ao local em busca de ajuda para obter horas correspondentes a uma pós-graduação para destacar, embora não fosse exigida, no edital do certame.
Ao Jornal Opção, o vereador Kleybe Morais explicou que vai se reunir com a servidora na tarde desta quinta-feira, 19, para apurar a denúncia. Ele afirmou que ela não foi afastada do cargo. De acordo com o periódico, na tarde de sexta-feira, 13, último dia para entrega de documentos, o repórter gravou suposta negociação com a servidora. A reportagem cita que na ocasião ela teria reconhecida a venda do diploma no dia anterior para um professor de Educação Física que não tinha o título de pós-graduação.
Quando chegou ao gabinete, o repórter do O HOJE perguntou como conseguiria um certificado. No local, Nubia teria pedido documentos e R$100. “O que eu consigo pra você é fazer o curso de 360 horas que é o que eles estão pedindo. Preciso entrar e fazer seu curso, link por link e fazer a prova”, teria dito ela a reportagem, prometendo entregá-lo em 1 hora.
“A negociação continuou pelo celular. A reportagem enviou dados aleatórios – nomes e números de RG e CPF – para comprovar a fraude e, depois de enviar, via PIX, o valor exigido, recebeu o certificado do Instituto Nacional de Aperfeiçoamento Profissional, que oferece cursos livres no site Só Educador, com sede em Barbalha, no Ceará. O código do certificado, no entanto, correspondia à conclusão de curso de uma outra pessoa”, diz trecho da reportagem do O HOJE.
“É falso”
Procurado pela reportagem do O HOJE, o diretor da unidade escolar cearense, Carlos Henrique de Sousa Barros, confirmou que o documento é falso. Ainda conforme Carlos, o código de autenticidade tem letras e números que somente funcionários da empresa podem verificar.
Em nota, a SME disse que vai abrir um procedimento para apurar o caso e identificar certificados emitidos pela Só Educador. A pasta também deverá tomar providências administrativas e jurídicas. A secretaria esclarece que esse tipo de denúncia deve ser tratada no âmbito criminal na esfera de investigação da Polícia Civil. Ela complementa que a acusação não deve interferir na lisura do processo seletivo. “O processo seletivo é legítimo. Caso algum professor tenha apresentado certificado falso, a vistoria está sendo feita e, caso haja comprovação, será exonerado do cargo”, explica.
O Opção não localizou a defesa de Nubia. O espaço segue aberto para novas manifestações.