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Veja os palanques já definidos de Lula e Bolsonaro pelos Estados

Veja os palanques já definidos de Lula e Bolsonaro pelos Estados

As convenções partidárias precisam ser realizadas no período de 20 de julho a 5 de agosto. A um mês do início desse prazo, reportagem do jornal O Globo publicada neste domingo, 19, revelou que os quatro presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto ainda enfrentam indefinições em seus palanques estaduais.

Apesar de ter conseguido construir parcerias fortes em várias disputas para governador, como em Minas Gerais, com o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisará resolver pendências em 12 unidades federativas – uma delas, segundo O Globo, é Goiás, onde o professor Wolmir Amado é pré-candidato pelo PT.

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) avançou na rede de apoio, mas vai ter de lidar com postura mais discreta de seus candidatos no Nordeste, onde seu nome não é bem recebido por grande parte da população.

As dificuldades também afetam os candidatos da terceira via. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) enfrentam problemas nas coligações até em seus próprios Estados, além de verem correligionários serem tragados pela polarização entre Lula e Bolsonaro.

Jair Bolsonaro tem acertos já fechados em 23 Estados, mas ainda discute a escolha de candidatos no Amapá, no Rio Grande do Norte e no Distrito Federal. No Maranhão, o PL integra a aliança que tem o senador Weverton Rocha, do PDT de Ciro Gomes, como postulante ao governo. O Estado é só um exemplo do que o presidente vai enfrentar no Nordeste, onde ele é rejeitado por parte expressiva do eleitorado e, por isso, tem sofrido com movimentos de distanciamento por parte de seus aliados.

No Piauí, do senador e ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o PP tenta se desvincular do presidente. O diretório estadual do partido ingressou na Justiça eleitoral pra atestar que era falsa uma imagem do ex-prefeito de Teresina Silvio Mendes e de outros aliados ao lado de Bolsonaro. No vizinho Ceará, o pré-candidato do União Brasil ao governo, Capitão Wagner, deputado mais votado do estado em 2018 ao colar a imagem à de Bolsonaro, disse que agora abrirá espaço em seu palanque para outros presidenciáveis.

Em Sergipe, Valmir de Francisquinho, do PL, não acompanhou o presidente na inauguração da duplicação de uma estrada em maio. Ele alegou temer problemas com a lei eleitoral. Já em Pernambuco, o próprio Bolsonaro reclamou, em entrevista à CBN na segunda-feira, que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), ex-líder do governo, não cita seu nome em eventos no estado. O filho de Bezerra é pré-candidato ao governo pelo União Brasil. Em 14 dos Estados onde o presidente já definiu o palanque o candidato será do PL, mas a principal aposta de Bolsonaro para a eleição, o ex-ministro Tarcísio Freitas, concorrerá pelo Republicanos ao governo de São Paulo.

Entre os escolhidos há aliados leais a Bolsonaro e cuja estratégia política é colar a imagem diretamente ao presidente, como o deputado e major Vitor Hugo (GO), o senador Jorginho Melo (SC) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (RS). No Sul, a boa popularidade de Bolsonaro ajudará a garantir palanques múltiplos. Em Santa Catarina, além de Melo, o governador Carlos Moisés (Republicanos) e o ex-prefeito de Florianópolis Gean Loureiro (União) têm se aproximado do presidente. O mesmo ocorre na eleição gaúcha, com Onyx e o senador Luiz Carlos Heinze (PP) na briga pelo voto bolsonarista.

Da mesma forma, em Goiás, além de Vitor Hugo, Bolsonaro é assediado por Gustavo Mendanha (Patriota) e tem a simpatia do eleitorado de Ronaldo Caiado (UB), que ainda não se posicionou sobre as eleições presidenciais.

PALANQUES DE BOLSONARO

Região Norte: Wilson Lima (PSC-AM), Zequinha Marinho (PL-PA), Ronaldo Dimas (PL-TO), Marcos Rogério (PL-RO), Antônio Denarium (pP-RR) e Gladson Cameli (PP-AC).

Região Nordeste: João Roma (PL-BA), Valmir de Francisquinho (PL-SE), Fernando Collor (PTB-AL), Capitão Wagner (UB-CE), Nilvan Ferreira (PL-PB), Major Diego Melo (PL-PI) e Anderson Ferreira (PL-PE)

Região Centro-Oeste: Vitor Hugo (PL-GO), Mauro Mendes (UB-MT) e Eduardo Riedel (PSDB-MS)

Região Sudeste: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Cláudio Castro (PL-RJ), Carlos Viana (PL-MG) e Carlos Manato (PL-ES)

Região Sul: Onyx Lorenzoni (PL-RS), Jorginho Melo (PL-SC) e Ratinho Júnior (PSD-PR)

* Amapá, Distrito Federal e Rio Grande do Norte estão indefinidos; no Maranhão, o PL integra chapa do PDT.
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No PT, o maior problema está nas tratativas com o PSB, o principal aliado. As duas siglas tentam resolver impasses em pelo menos oito Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraíba, Acre e Amapá.

Integrantes da campanha de Lula avaliam, por exemplo, que seria muito importante ter um único candidato em São Paulo, onde Márcio França (PSB) resiste à ideia de trocar a candidatura a governador por um lugar ao Senado na chapa petista encabeçada pelo ex-prefeito Fernando Haddad. Se não houver acordo, Lula terá dois palanques no Estado. O seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), deve fazer campanha apenas para França.

No Rio, a indefinição se dá por causa da vaga ao Senado. Tanto o deputado Alessandro Molon (PSB) como o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT), querem o posto na aliança que tem Marcelo Freixo (PSB) para o governo. Os petistas dizem que até aceitam ter dois senadores na chapa, se a Justiça Eleitoral permitir – um problema também para a coligação do governador Ronaldo Caiado em Goiás. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda deve se posicionar sobre o tema.

Há Estados em que as conversas avançaram, como o Espírito Santo, e a aliança deve ser selada nos próximos dias. Os petistas esperavam uma declaração sólida do governador Renato Casagrande (PSB) em apoio a Lula. Na semana passada, ele disse que votará no ex-presidente e, assim, nos próximos dias a pré-candidatura a governador do senador Fabiano Contarato (PT) deve ser retirada.

Lula já tem a sua situação definida em 13 estados. Em seis deles, o candidato será do PT. No Pará, os petistas se definiram pelo apoio ao atual governador e pré-candidato à reeleição, Helder Barbalho (MDB), que, porém, até o momento, tem evitado se posicionar na eleição presidencial.

PALANQUES DE LULA

Região Norte: Rudson Leite (PV-RR), Vinicius Miguel (PSB-RO) e Paulo Mourão (PT-TO)

Região Nordeste: Fátima Bezerra (PT-RN), Jerônimo Rodrigues (PT-BA), Danilo Cabral (PSB-PE), Rogério Carvalho (PT-SE), Paulo Dantas (MDB-AL), Rafael Fonteles (PT-PI) e Carlos Brandão (PSB-MA)

Região Centro-Oeste: Leandro Grass (PV-DF)

Região Sudeste: Fernando Haddad (PT-SP) e/ou Márcio França (PSB-SP), Marcelo Freixo (PSB-RJ) e Alexandre Kalil (PSD-MG)

Região Sul: Roberto Requião (PT-PR)

* Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina estão indefinidos; no Pará, o PT integra chapa do MDB, que não anunciou apoio a Lula.
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Ciro e Tebet
Os demais presidenciáveis estão em uma luta interminável para evitar que seus aliados nos Estados sejam atraídos para um apoio a Lula ou a Bolsonaro. Ciro Gomes vive um caso típico desse no Rio, onde o pré-candidato do PDT ao governo, Rodrigo Neves, mantém diálogo constante com Lula.

O presidenciável pedetista acertou seus palanques em 9 Estados. Em 17, ainda busca um aliado. Até no Ceará, sua base de origem, o candidato não foi definido. Na Bahia, há um caso peculiar: o PDT está na chapa de ACM Neto (União Brasil), mas o ex-prefeito de Salvador não assegurou apoio a Ciro.

Simone Tebet vive uma situação parecida. A senadora busca encontrar palanques em 15 Estados. Em 12, o cenário está definido. Mas há casos como o do senador Eduardo Braga, no Amazonas, que pode também abrir espaço para Lula. Em Alagoas, o governador Paulo Dantas (MDB), aliado do senador Renan Calheiros, estará com o petista.

Por causa da aliança para apoiar Tebet, MDB e PSDB tentam se acertar também nas disputas estaduais. O principal entrave ainda é o Rio Grande do Sul, onde os emedebistas resistem a abrir mão da pré-candidatura do deputado estadual Gabriel Souza — pela costura desejada pelos tucanos, ele seria vice de Eduardo Leite.

Em Mato Grosso do Sul, Estado de Tebet, os emedebistas não quiseram compor com o pré-candidato do PSDB, Eduardo Riedel, e mantiveram o nome do ex-governador André Puccinelli. Riedel já afirmou que apoia Bolsonaro. Ele deve ter como candidata ao Senado a ex-ministra Tereza Cristina (União Brasil), caso ela não seja escalada para vice de Bolsonaro. Para complicar mais ainda, o marido dela, Eduardo Rocha (MDB), segue como secretário do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), padrinho de Riedel.

* Com informações do jornal O Globo.

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