Paulo Cezar Martins promove audiência pública com autoridades e especialistas, para debater ataques às escolas
Como garantir um ambiente de segurança nas escolas e evitar que tragédias como a de Blumenau (SC), que ceifou a vida de crianças inocentes. O assunto foi tema de audiência pública da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (18/04).O deputado Paulo Cezar Martins (PL), autor do requerimento que propôs a audiência, iniciou sua fala pedindo um minuto de silêncio em memória das vítimas dos ataques extremistas, não apenas no Brasil, mas no mundo.
“Precisamos cuidar dos valores da família”, disse Paulo Cezar, ao enfatizar que os pais tiveram um papel fundamental na formação do seu caráter, por meio de uma criação baseada no respeito e nos valores cristãos. “Não podemos permitir que nossas escolas se tornem reféns de criminosos”, disse Paulo Cezar, ao enfatizar que foi o primeiro parlamentar a apresenta na Assembleia Legislativa um projeto de lei que previa a presença de pelo menos um policial militar nas escolas estaduais, mas que foi vetado pelo Executivo, que alegou contingente reduzido.
O presidente da Comissão, deputado Delegado Eduardo Prado (PL) apresentou números que mostram um sensível aumento da violência nas escolas. A audiência contou com a presença de autoridades e especialistas em educação, segurança pública e psicologia. Em sua fala, a titular do Juizado de Infância e Juventude, Maria Socorro Afonso da Silva, fez referência a um suposto massacre, previsto para o próximo dia 20, que tem deixado a sociedade brasileira apreensiva.
“A gente percebe que esse inconsciente coletivo de pânico está se expandindo”, disse a magistrada, assinalando que o momento é de “grandes desafios”. “Não sabemos como agir e qual é a motivação de tudo que está acontecendo”, sublinhou Maria Socorro, para quem o grande desafio do momento é uma “profunda reflexão”. “Se hoje é uma escola, amanhã poderá ser um shopping”.
O presidente Regional de Psicologia, Wadson Arantes Gama, atentou para a existência de uma lei federal que torna obrigatório o serviço do psicólogo escolar. Sobre as medidas anunciadas pelo o Executivo, ele disse que “o Conselho não foi chamado para discutí-las”. “A gente não é salvador da pátria. A gente tem de trabalhar a rede. A questão da violência está dentro de casa”, ponderou.
O representante do Executivo estadual, coronel Mauro Vilela, superintendente de Colégios Militares da Secretaria Estadual de Educação, fez um relato das medidas que estão sendo adotadas pelo governo estadual e disse que o Executivo está empenhado em garantir segurança nas escolas.
Também participaram da audiência representantes da Defensoria Pública, o presidente do Conselho Estadual de Educação, Flávio Roberto de Castro, a presidente da Instituições Particulares de Ensino Infantil, Eula Valmir Macedo, lideranças comunitárias e pais de alunos, como o casal de pastores Leonardo e Bárbara, que perdeu um filho vítima de um ataque ao Colégio Goyases, ocorrido em 20 de agosto outubro de 2017, quando dois estudantes morreram e outros quatro ficaram feridos na unidade, alvo de ataque comandado por um adolescente, que cursava o 8º ano na época. Ainda participaram da audiência, a convite de Paulo Cezar Martins e Eduardo Prado, os deputados Charles Bento (MDB), Lincoln Tejota (UB), Major Araújo (PL), Lineu Olímpio (MDB) e Rosângela Rezende (AGIR).