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Efeito da disparada da gasolina, álcool deve subir nas próximas semanas

Efeito da disparada da gasolina, álcool deve subir nas próximas semanas

O reajuste nos preços da gasolina e do diesel, anunciado pela Petrobras, aumentou também o etanol, mesmo este não sendo um derivado de petróleo, em alta no mercado internacional pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Em Goiás, o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás (Sifaeg), André Rocha, afirma que apesar do Estado ter um estoque razoável do biocombustível e o etanol continuar competitivo, é preciso analisar o comportamento do consumidor.

Rocha explica que o Estado de Goiás está no momento da entressafra, o que seria o período em que não há produção do produto, provocando assim, o aumento de preço. Entretanto, há estoques maiores, quando comparado com o mesmo período do ano passado, pois houve uma redução de demanda, principalmente a partir de novembro de 2021. “Essa redução de demanda fez com que houvesse em plena entressafra uma redução de mais de R$ 1 nos preços das usinas”, disse o presidente do Sifaeg.

Sobre o repasse aos consumidores da diminuição de preços, André diz que “não houve o repasse integral por parte das distribuidoras e postos, que reestabeleceram margens e também pelo fato do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estar congelado”. O imposto congelado impede que aumentos e reduções sejam repassados aos consumidores. Mesmo com a redução na oferta, houve uma redução maior de demanda, o que provocou a diminuição do preço.

Atualmente, falta em torno de 20 dias para o retorno da safra, que neste ano está atrasada em quatro dias, em relação ao ano passado e 14 dias, quando comparada a 2020. “A safra começa no fim do período chuvoso, normalmente em abril, mas ela está atrasada. A cana-de-açúcar não se desenvolveu corretamente no ano passado, pois tivemos períodos secos, queimadas e geadas que acabaram prejudicando o processo. Então, as usinas que em 2020 começavam a safra entre os dias 1º e cinco de abril, agora vão começar entre 15 e 20 de abril, com isso teremos uma demora na nova oferta de etanol”, afirma André. O atraso na produção de mais produto, pode fazer os estoques e a oferta diminuírem e, consequentemente, o preço final aumentar.

A análise de comportamento do consumidor será crucial para monitoração de preços. “Temos agora uma pequena produção de etanol de milho e estamos com oferta reduzida, apesar de termos também um estoque razoável. Talvez possamos ser pressionados se houver um aumento de demanda. É preciso ver o comportamento do consumidor”, pontua. Segundo Rocha, nos últimos meses o consumidor diminuiu a compra de etanol, o que deixou o biocombustível competitivo apenas em Goiás e Mato Grosso. Agora, o álcool já está competitivo nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo, os quatro maiores mercados. Nos estados de Mato Grosso do Sul e Bahia, o combustível já mostra uma distância significativa no valor nominal dos preços, então há uma expectativa de ter aumento na demanda”, diz.

De forma prática, isso significa que o mercado tende a procurar um equilíbrio entre oferta e demanda para que os preços não sofram grandes alterações. “No momento, não temos como aumentar a oferta, o que pode provocar uma oscilação de preços nas usinas. Ainda não sabemos como as distribuidoras e postos de combustíveis vão reagir”, ressalta.

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