Select Page

Justiça indefere suspensão da cobrança do IPTU 2022

Justiça indefere suspensão da cobrança do IPTU 2022

Pela decisão da maioria dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), foi decidido o indeferimento da liminar em que colocaria o teto de 10% no aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de Goiânia. O julgamento da análise da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), ajuizada pelo diretório regional do Partido dos Trabalhadores (PT) ocorreu nesta quarta-feira, 9, após adiamento da última sessão, no dia 23 de fevereiro. Naquela ocasião, o desembargador do TJ-GO, Marcos da Costa, pediu vista do processo e a audiência foi suspensa.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) chegou a se manifestar de forma favorável ao estabelecimento do teto de 10% (e não de 45%, como estabelecido pelo Código Tributário Municipal (CTM). No último julgamento, o relator do processo, desembargador José Paganucci, foi favorável ao parecer do MP.

Durante a sessão, três posições foram colocadas para serem votados, são elas: o voto do relator José Paganucci, conforme já mencionado; o voto divergente do desembargador José Carlos pela concessão da liminar, suspendendo os efeitos dos artigos que tratam do aumento até a decisão definitiva do processo e, por fim, o voto também divergente do desembargador Marcos Ferreira, pela não concessão da liminar para que seja mantido o CTM como está. No entendimento do órgão, não houve inconstitucionalidade na tramitação do projeto de lei que justifique a liminar, devendo agora ser julgado o mérito da ação.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade avaliada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) foi proposta pelo Partido dos Trabalhadores em 14 de dezembro do ano passado. No documento, o partido aponta como abusivo o reajuste de 45% sobre os impostos de imóveis na Capital e pediu para que o teto do aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) 2022 fosse de 10%. A ação foi ajuizada pela sigla em cima do aumento do IPTU após o Código Tributário ter sido aprovado na Câmara Municipal de Goiânia em apenas 20 dias, em setembro de 2021. 

Nos bastidores, o temor era por um tiro pela culatra, com o receio de derrubar a trava de 45% apresentada por emenda na Câmara e fazendo os valores do IPTU dispararem com reajustes de 300% a 400%. No entanto, além da trava de 45%, em 2022 já foi possível identificar aumentos que chegaram a mais de 100% nos valores de tributação cobrados pela população. De forma geral, o aumento registrado foi na ordem de 55,67%, não de 45%, uma vez que o tributo é corrigido pelo IPCA e o acumulado dos últimos 12 meses foi de 10,67.

Em contramão, foi criado o Movimento SOS Goiânia, por parlamentares e representantes da sociedade civil, com o objetivo de pressionar os vereadores, a própria Prefeitura a revogar o CTM aprovado ou, pelo menos, alterar a limitação do aumento do IPTU conforme a reposição da inflação. Grupo havia se manifestado através de faixas que criticavam os vereadores que votaram de forma favorável ao Código Tributário Municipal no dia 7 de fevereiro.

Em nota, a Procuradoria-Geral do Município (PGM), considerou que a decisão pelo indeferimento da medida cautelar reforça que a “tramitação do projeto de lei ocorreu de forma legal e com ampla participação da sociedade civil”. Além disso, a PGM ressalta que a decisão demonstra que “não há inconstitucionalidade no código e evidencia a independência harmônica entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”. Os contribuintes que não concordam com os valores do novo IPTU podem solicitar revisão do imposto até o dia 31 de dezembro de 2022, em uma das unidades do Atende Fácil, mediante agendamento.

About The Author

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *