Ronilson acusa presidente metropolitano do Podemos de querer roubar seu mandato
O Ministério Público Eleitoral de Goiás (MPE-GO) recomendou, nesta quarta-feira, 9, que seja negado o pedido de desfiliação do vereador Ronilson Reis (Podemos) sob justificativa de “ausência de justa causa”. O posicionamento do MP reflete a Ação Declaratória de Justificação de Desfiliação Partidária, proposta pelo parlamentar contra o Podemos de Goiânia, que tramita no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). Para Ronilson, no entanto, ele está sofrendo perseguição política pelo presidente metropolitano do partido, Felipe Cortez. O vereador quer se desfiliar para concorrer a um cargo na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
Ao Jornal Opção, o vereador Ronilson Reis alega que o presidente metropolitano da sigla, Felipe Cortez Bezerra, o estaria pressionando a abrir mão do mandato e que a cadeira na Câmara Municipal de Goiânia – que é do partido – seja entregue ao Podemos, caso haja a saída do parlamentar e disponibilizada para os suplentes eleitos. “Estão tentando tomar o mandato deste vereador que foi eleito pelo povo”, diz. Ronilson afirma que “tem sido travada uma guerra política e só quem é eleito sabe a dificuldade em manter um mandato”.
Segundo ele, “na política existem pessoas esdrúxulas, sem nem um pingo de solidariedade. Não se tenta coagir uma eleição. Pessoas como ele [Felipe], precisam ser arrancadas da política”, disse. Em 2020, Felipe foi candidato a vereador e obteve apenas 1.702 votos, sendo eleito terceiro suplente. Ronilson acusa Cortez e Vilmar Mariano, presidente estadual da sigla e vice-prefeito de Aparecida de Goiânia, que deve herdar este mês a cadeira de Gustavo Mendanha (sem partido) de ameaçarem-no de expulsão após o período limite de filiação partidária, que se encerra no próximo dia 1º de abril. Dessa forma, Reis não poderia ser candidato nas eleições deste ano.
Procurado pelo Jornal Opção, Felipe Cortêz diz que Ronilson Reis já havia pedido há algum tempo a liberação para concorrer a um cargo de deputado estadual por outra sigla. Segundo ele, o partido não autoriza nenhum presidente municipal a liberar parlamentares, por isso, o pedido de Reis foi parar na justiça. “Ele achou que eu faria uma expulsão sumária dele, mas não vamos fazer. O Podemos se orgulha em ter o Ronilson como vereador, ele é um parlamentar brilhante. Nós montamos chapa em 2020 para eleger ele e com uso do fundo eleitoral. O Podemos não tem intenção nenhuma em liberá-lo. Eu nunca coagi ele a nada e não tenho nada contra ele”. Ainda, segundo o presidente, tudo está acontecendo por Ronilson estar de “cabeça quente” e, com o passar do tempo, o vereador irá “honrar” o Podemos.
Cortêz afirma, inclusive, que o partido convidou Ronilson para ser candidato como deputado estadual pela sigla, mas o vereador afirmou não querer, pois entende que “terá candidatos mais fortes que ele.” Ele quer sair para disputar pelo Brasil 35 (antigo PMB), ainda segundo Felipe . O presidente metropolitano do Poademos diz ainda que Ronilson chegou a ir até a casa dele, para que fizessem um “acordo” de liberação em troca de Felipe assumir a cadeira na Câmara de Goiânia por quatro meses. Segundo o presidente, Ronilson disse que conversaria com os outros dois suplentes para que a sucessão fosse direta para Felipe. Sobre o episódio desta quarta-feira, 9, no plenário, Felipe classifica como uma “forçação de barra”.
O Podemos alega que não existe justificativa para a desfiliação partidária. Caso Ronilson Reis se desfilie, o vereador perde o mandato. Ao Jornal Opção, Reis afirma que não abrirá mão da vereança e que vai recorrer sobre as instâncias superiores da decisão.
Na justiça
De acordo com o Ministério Público, na ação protocolada por Ronilson ele alega que a saída do Podemos tem relação com uma “mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário” e também com “grave discriminação pessoal supostamente sofrida enquanto filiado do Partido Podemos”. O MP, no entanto, entende que as provas apresentadas indicam apenas a “redução da composição partidária, nada remetendo a programa partidário” e não “demonstram fatos objetivos a macularem os princípios da tolerância e relevância harmônica entre o filiado (ora autor) e a sua direção partidária, de forma a comprometer o padrão de normalidade.” Por isso, o Procurador Regional Eleitoral Célio Vieira da Silva se manifestou contra o pedido de desfiliação. A ação segue em tramitação do TRE.
Confira na íntegra a nota enviada por Ronilson Reis ao Jornal Opção
Vereador Ronilson afirma ser alvo de perseguição partidária
Denúncia foi apresentada hoje no plenário da Câmara
O vereador Ronilson Reis (Podemos), que é advogado, judicializou uma ação pedindo a desfiliação do Podemos, sem perder o mandato. Ao contrário do que foi divulgado pelo Jornal Opção, o Tribunal Regional Eleitoral ainda não julgou o caso.
Atuante na Câmara Municipal, Ronilson, fez denúncia na manhã desta quarta-feira, no Plenário da Casa, em que afirma estar sendo coagido pela presidência do Podemos, partido pelo qual foi eleito, na tentativa de impedi-lo de ir ao pleito deste ano, caso não atenda às “chantagens partidárias.”
Com a pretensão de sair candidato a deputado estadual, Ronilson afirma que o presidente da sigla, na Região Metropolitana, Felipe Cortez, que é terceiro suplente, exigiu seis meses de mandato como condição para liberá-lo para disputa eleitoral.
A chantagem partidária, conforme Ronilson, também é apoiada pelo vice-prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano, que teria se aliado com Cortez para que Ronilson possa ceder a pressão partidária. “Até o Vilmar está apoiando essa postura imoral e descabida”, alfineta o vereador.
“Acredito no Poder Judiciário. Isso é uma perseguição do líder do partido. Eles querem “raptar” o meu mandato. Tem sido uma guerra nesse submundo da política que enfrentamos para manter o mandato. É por isso, que a política está desmoralizada,” reforça.