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“Todo um esforço jogado fora”, diz filho de Valério Luiz sobre novo adiamento de julgamento

“Todo um esforço jogado fora”, diz filho de Valério Luiz sobre novo adiamento de julgamento

O advogado Valério Luiz Filho, assistente de acusação do júri, declarou que o sentimento é “o pior possível” após ver o julgamento dos acusados de matar o pai, o radialista Valério Luiz, ser adiado pela quarta vez, na manhã dessa terça-feira, 14. Valério declarou estar cansado e desgastado com a situação e pediu mais atenção do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) ao caso.

O júri popular foi adiado pelo juiz Lourival Machado, depois que um jurado deixou o hotel em que estava isolado por ter sentido mal estar. O jurado, um estudante de direito, passou mal durante a madrugada pois era intolerante a lactose e comeu lasanha e estrogonofe. Com isso, o júri foi dissolvido e o julgamento remarcado para 5 de dezembro deste ano, quando novos jurados serão escolhidos e as testemunhas serão ouvidas novamente.

Para Valério Filho, a situação é ruim não só para os profissionais e familiares envolvidos no episódio, mas também para o Tribunal. “É todo um esforço jogado fora porque um rapaz sai sem avisar ninguém”, comenta. “Existe um trabalho logístico, gasto com hotel, gasto com alimentação, além do trabalho processual e das horas de investimento no caso”. Ele também destaca a posição das testemunhas que precisam voltar a passar pela situação, que classifica como tensa, especialmente pela postura adotada pelos advogados de defesa dos cinco réus. “[As testemunhas] ficam falando de um fato que já é sofrido para eles, são confrontados por advogados muito agressivos. As famílias também ficam apreensivas”, pontua.

O advogado também aponta que, desde 14 de março, os advogados de defesa já entraram com 15 tentativas de suspender o júri, todas frustradas. Diante disso, ele afirma que agora o foco é em enterrar possíveis tentativas futuras, além de acompanhar ainda mais de perto a situação no Tribunal. Segundo Valério, é importante que o TJ reforce o apoio logístico para garantir a proteção e a incomunicabilidade dos jurados num momento como esse, especialmente pelo histórico dos réus. “Eles ficam com medo também, porque os réus não são quaisquer pessoas. Já tem outros processos por homicídio, tem experiência na inteligência na Polícia Militar”, declara.

As dúvidas sobre a movimentação do estudante que deixou o hotel também são preocupações de Valério. Segundo ele, a situação pode ser vista como nebulosa, já que ninguém sabe exatamente como o jurado deixou o hotel e para onde ele foi. Valério diz que, de fato, pode ser que o jurado tenha passado mal, “mas não pode só pegar a palavra dele e ficar por isso mesmo”. Para ele, o Tribunal precisa adotar meditas diante do caso, para que a situação seja melhor controlada. “No mínimo não havia supervisão adequada, e isso é um detalhe que o Tribunal tem que se atentar, inclusive para que o próprio trabalho não se perca”, destaca. “Casos especiais tem que ser tratado como especiais, e esse é um deles”.

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