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Conflito entre Ucrânia e Rússia pode deixar pão mais caro no Brasil; entenda

Conflito entre Ucrânia e Rússia pode deixar pão mais caro no Brasil; entenda

O valor do produto pode ficar mais alto se a guerra se estender, já que a Rússia é a maior produtora e exportadora de trigo no mundo
Um dos alimentos mais presentes nas mesas brasileiras poderá ter valor reajustado em resposta ao conflito na Ucrânia – (crédito: Agência Brasil/Reprodução)
A invasão russa em território ucraniano já dá sinais de que impactará fortemente o mundo e os efeitos do conflito poderão ser sentidos pelos brasileiros que compram, diariamente, pães nas padarias ou nos mercados do país. O valor do produto, um dos mais tradicionais das mesas brasileiras, pode ficar mais alto se o conflito se estender, já que a Rússia é o maior produtora e exportadora de trigo no mundo, cereal que produz o pão.
Com o receio de que a nação de Putin não possa exportar o trigo, o mercado internacional que negocia os cereais já apresentou uma reação imediata. Desde o anúncio dos EUA sobre a possível invasão até a ordem de Putin, na madrugada de quinta-feira (24/2), as cotações de trigo negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) acumularam alta de 16,3%.
A incerteza, que traz o alerta de desabastecimento para as nações importadoras, fará com que as outras fontes do cereal aumentem os preços das sacas de trigo. É o que poderá ocorrer com a Argentina, principal exportador de trigo para o Brasil. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Trigo (Abitrigo), a nação vizinha é produtora de 60% do trigo que é consumido no país.
A expectativa é que os argentinos aumentem o preço, influenciados pelo mercado internacional e o aumento da demanda, causada pela saída da Rússia e também da Ucrânia, quarto maior produtor de trigo do mundo. Caso não eleve o valor do produto, os argentinos poderão ficar sobrecarregados ou ter prejuízo, já que o preço do dólar também começar a subir após um recuo na quarta-feira (23/2) – de R$ 5 para R$ 5,10.
Além disso, é possível que haja um risco de desabastecimento, mas apenas se a guerra se estender por um longo prazo. Isso porque outros importadores poderão solicitar o cereal da Argentina, que, de acordo com a Abitrigo, já vendeu mais de 13 milhões de toneladas das 20 milhões que colheu nesta safra. No entanto, o presidente da Abitrigo, Rubens Barbosa, pede cautela e calma na formação de cenários.
“Se houver demanda maior pelo trigo argentino pode ser um risco. No momento, o mercado demanda muita cautela. Precisamos esperar para ver a evolução da situação e como ficará o mercado global de trigo e a oferta argentina”, afirmou Rubens.

A notícia boa para os brasileiros é que a safra atual já foi comprada pelo preço antes da guerra. Caso o conflito não dure, o bolso das famílias não serão afetados. O problema, conforme pontuou o diretor de marketing da fundação e do Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sampapão) é que “em uma guerra a gente sabe quando começa, mas não quando, nem como, termina”.

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