De umbiguinho a umbigão: a psicologia no nascimento
O nascimento de um filho é o momento mais marcante na vida de uma grávida. Simboliza seu próprio nascimento ao tornar-se mãe e a espera por uma pequena vida que, para estar em seus braços, é preciso ainda passar pela angústia do trabalho de parto, com todas as preocupações existentes.
Ainda que a mãe tenha acompanhamento multidisciplinar durante a gravidez, o momento do parto é o ápice deste caminho, tornando-se até mesmo imprevisível. Quem é mãe sabe que não existe uma hora e data marcada para o nascimento, pois até mesmo no parto cesárea se o bebezinho quiser vir à este mundão, ele virá quando bem quiser antes do tempo. Discutir a importância de um acompanhamento psicológico, sobretudo nesta ocasião, é de extrema importância e será abordado na Audiência Pública que acontece no próximo dia 05 de março, sexta-feira, a partir das 09h, na Câmara Municipal de Goiânia.
Na oportunidade, será apresentado à população e autoridades presentes o Projeto de Lei nº 26/2021, de autoria da vereadora Sabrina Garcez e pensado juntamente com a psicóloga perinatal e obstétrica Karla Cerávolo. O PL institui a obrigatoriedade de atendimento psicológico para mulheres em trabalho de parto ou que acabaram de parir nos hospitais municipais de Goiânia.
De acordo com Karla “é uma necessidade da saúde da mulher, tanto física quanto mental utilizar técnicas psicológicas para lidar com qualquer estresse no parto, como a dor, o medo e o luto. Essas mulheres também precisam ter o direito de ter a dor física amenizada com recursos apropriados e singulares para cada uma. O uso de técnicas de respiração, auxílio com bola, exercício, massagem e tantas outras estratégias, não podem mais ser vistos como dispensáveis”, afirma a psicóloga.
A conexão entre mãe e pai e, consequentemente, com o neném, também é ponto de atenção durante e pós parto e pode ajudar a evitar eventuais depressões pós-parto ou dificuldade no vínculo com o bebê. Segundo um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz, no Brasil, cerca de 25% das mães tem depressão pós parto. Em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a condição afeta 20% das mulheres.
Para a vereadora Sabrina, “já é previsto a prestação de serviços psicológicos para gestante e puerperais (mulheres que acabaram de dar à luz), mas é imprescindível que as mulheres em trabalho de parto também sejam incluídas nessa lista, para que a experiência do parto seja mais positiva, amorosa e respeitosa, diminuindo assim os efeitos negativos do pós-parto, uma vez que a mulher estará mais confiante e bem acompanhada por um profissional qualificado e treinado para isso”, defende.
Serviço:
Audiência Pública para apresentação da “Lei Umbiguinho – Assistência Psicológica no Parto”
Quando: 05 de março (sexta-feira)
Horário: 9h da manhã
Onde: Câmara Municipal de Goiânia