Após “desconfiança”, Lula dispensa 40 militares da segurança do Alvorada
Medida ocorre dias após o chefe do Executivo ter exposto perda de confiança em relação à atuação de militares diante dos ataques e depredações de terroristas no 8 de janeiroO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispensou, nesta terça-feira (17/1), 40 militares que atuavam na coordenação de administração do Palácio da Alvorada no regime de gratificação. Já no Gabinete Institucional de Segurança (GSI), que funciona no Palácio do Planalto, foram ao menos três nomes. Também foi incluído um cabo que atuava na Granja do Torto, outra residência presidencial. As portarias com as dispensas pela Secretaria-Geral da Presidência foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU).Entre os dispensados da segurança da residência oficial do presidente estão militares como sargentos, cabos e soldados. Eles continuam nas Forças Armadas, porém serão lotados em outras atividades.A medida ocorre dias após o chefe do Executivo ter exposto “desconfiança” em relação à atuação de militares diante dos ataques e depredações de terroristas no 8 de janeiro. Em café da manhã com jornalistas, Lula apontou usar como ajudantes de ordens servidores que já trabalhavam com ele por perda de confiança nos militares.“Eu não tenho ajudante de ordens. Os meus ajudantes de ordem são os companheiros que trabalhavam comigo antes. Por que eu não tenho? Eu pego o jornal e vejo o motorista do (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, General) Heleno dizendo que vai me matar e que eu não vou subir a rampa. Um outro tenente disse que vai me dar um tiro na cabeça e que eu não vou subir a rampa. Como é que eu vou ter uma pessoa na porta da minha sala que pode me dar um tiro?”, questionou.“Então, eu coloquei como meu ajudante de ordens os companheiros que trabalham comigo desde 2010, todos militares. Até que a gente adquira uma relação civilizada. É só isso que eu quero”, completou.Lula sinalizou na semana passada que o Planalto estava “repleto de bolsonaristas” e que pretende fazer uma “triagem profunda” no prédio com o objetivo de formar um “gabinete civil”. E reforçou que “ninguém suspeito de ser bolsonarista raiz” ficará no governo, mas rebateu que não pretende fazer um “palácio de petistas”.Ele apontou também conivência por parte da Polícia Militar e das Forças Armadas. E reclamou das condições em que se encontram o Alvorada e a Granja do Torto, ressaltando que ele e a primeira-dama, Janja, ainda não têm onde morar.