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Operação prende irmão de ex-secretário de Saúde por suspeita de fraude na pandemia Eduardo Marques

Operação prende irmão de ex-secretário de Saúde por suspeita de fraude na pandemia Eduardo Marques

Ex-gestor é alvo de busca e apreensão. Investigação apura superfaturamento na compra de itens hospitalares durante a pandemia de Covid-19Uma operação da Polícia Civil (PC) apura desvio de dinheiro em organização social na área da saúde, em Goiás. Daniel Alexandrino, irmão do ex-secretário Saúde, Ismael Alexandrino (PSD) foi preso em Goiânia. O ex-gestor público é alvo de buscas e apreensão.Conforme a denúncia, os dois teriam fraudado contratos para compra de respiradores e produtos hospitalares durante a pandemia da Covid-19. Outras duas pessoas também teriam sido presas, mas os nomes não foram divulgados.Além das prisões temporárias, 17 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio e sequestro de bens, também estão sendo cumpridos.As investigações começaram após a polícia receber informações sobre irregularidades nos contratos de gestão da OS Instituto Brasileiro de Gestão Compartilhada (IBGC), que teria terceirizado o serviço para a empresa Amme Saúde. Ela seria registrada em nomes de laranjas, mas pertenceria, na realidade, a Daniel Alexandrino.A OS é responsável por administrar cinco hospitais no estado. Nos contratos com o Hospital Estadual de Itumbiara e as Policlínicas das Regionais de São Luís dos Montes Belos e da cidade de Goiás, a suspeita é que houve um direcionamento à empresa terceirizada por meio de processos de contratações simulados.O valor dos contratos entre a Secretaria de Estado da Saúde, a IBGC e a Amme Saúde é de mais de R$ 10 milhões. Os crimes investigados são de organização criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, advocacia administrativa e de lavagem de dinheiro.O IBGC divulgou uma nota informando que ainda não tomou conhecimento oficial dos dados contidos nos mandados, mas que já está colaborando com as investigações e encontra-se à disposição das autoridades. Ainda reafirmou que será mantida a regularidade do atendimento à saúde e gestão nas unidades de saúde que administra.A defesa de Ismael, assinada pelo advogado Demóstenes Torres, esclarece que o ex-secretário estadual de Saúde Ismael Alexandrino está colaborando com as autoridades na referida investigação, inclusive ao fornecer a senha de seu aparelho de telefone celular.“Enfatiza-se que, durante a sua gestão à frente da Secretaria Estadual de Saúde, Ismael sempre garantiu total transparência e lisura em todos os processos da Pasta. Tal fato fez com que a SES atingisse 100% de pontuação no Goiás Mais Transparente 2022, permanecendo com o Selo de Ouro da premiação, segundo a Controladoria Geral do Estado (CGE) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE)”, frisa.Sobre a investigação, a defesa aponta que requererá acesso aos autos para verificar possíveis nulidades como a ausência de contemporaneidade para o ato e a usurpação de competência da Justiça Federal e do Supremo Tribunal Federal. “Por fim, esclarece-se que o ex-secretário de Saúde continuará à disposição das autoridades para eventuais esclarecimentos que se fizerem necessários”.A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informa, por nota, que a ação deflagrada nesta quinta-feira é reflexo do trabalho de uma força-tarefa instalada na pasta por determinação do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), com participação da Controladoria-Geral do Estado (CGE), antes da atual gestão da secretaria.“A pasta ressalta que a investigação está na esfera da Polícia Civil de Goiás, com a qual a SES firmou um convênio de cooperação, concedendo à polícia acesso a qualquer dado necessário. O Governo de Goiás não admite eventuais desvios dentro da gestão pública e seus mecanismos de controle trabalham de forma permanente para coibir e investigar qualquer indício de irregularidade”.O Jornal Opção não localizou a defesa de Daniel Alexandrino.Investigado em outras operaçõesIsmael já foi alvo de uma operação no Distrito Federal em outubro de 2021. A polícia apurava irregularidades na contratação de uma empresa de radiologia e imagem realizada em 2018, quando ele ocupava o cargo de diretor do Hospital Base. A suspeita também era de superfaturamento na compra de itens hospitalares.Ismael Alexandrino foi secretário de Saúde entre 2019 e 2022. Atualmente, é deputado federal pelo PSD e fez parte da equipe de transição do governo do presidente Lula.

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