Covid-19: vacinação infantil pode começar já em janeiro
Apesar de o presidente da República, Jair Bolsonaro, dizer que existem “dúvidas” em relação à vacina, a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 afirmou que o imunizante é seguro
O Ministério da Saúde divulgou nota, ontem, para afirmar que é favorável à aplicação de vacinas em crianças de 5 a 11 anos e que a campanha deve começar ainda em janeiro. A pasta fez, porém, uma ressalva ao lembrar que está “ouvindo a sociedade” em uma consulta pública e que a previsão só estará mantida caso o posicionamento não mude após a conclusão do questionário.
Apesar de o presidente da República, Jair Bolsonaro, dizer que existem “dúvidas” em relação à vacina, a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 afirmou que o imunizante destinado ao público pediátrico é seguro em uma nota técnica enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF). O texto, assinado pela secretária Rosana Leite, contradiz declarações do chefe do Executivo.
Ainda ontem, também, Bolsonaro garantiu que não vacinará a caçula, Laura, de 11 anos. “Espero que não haja interferência do Judiciário, porque a minha filha não vai se vacinar, (quero) deixar bem claro”, afirmou o presidente, em São Francisco do Sul, onde vai passar o ano-novo, ao ser questionado sobre a imunização do público pediátrico. Ele já criticou, em diversas ocasiões, a vacina aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de dezembro.
Na contramão do que afirma Bolsonaro, Rosana indica no texto que “nenhuma preocupação séria de segurança (na vacina da Pfizer) foi identificada” e que o imunizante passou por diversos testes para ser aprovado. “Antes de recomendar a vacinação (contra a) covid-19 para crianças, os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada”, diz a nota.