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Japão exige fim dos testes militares iniciados pela China nesta semana

Japão exige fim dos testes militares iniciados pela China nesta semana

As tensões entre China e Estados Unidos, no dia seguinte à visita da congressista norte-americana Nancy Pelosi a Taipei, também envolveram o Japão e atingiram uma escalada sem precedentes. Pelo menos quatro dos 16 mísseis chineses disparados, ontem, sobrevoaram a principal ilha de Taiwan e cinco caíram em águas territoriais japonesas. As manobras bélicas lançadas por Pequim, transmitidas ao vivo pela televisão, compreendem caças J-20, bombardeios H-6K, aviões de combate J-11, destróieres, corvetas, o míssil hipersônico DF-17 e mísseis balísticos de curto alcance DF-11. Tóquio pediu o “fim imediato” dos exercícios militares, enquanto Washington denunciou uma “reação exagerada” por parte de Pequim.

Ao mesmo tempo, as autoridades norte-americanas anunciaram que o porta-aviões USS Reagan continuará a “monitorar” os arredores de Taiwan. Para evitar uma maior escalada das tensões, o Pentágono adiou um teste de mísseis intercontinentais. Na noite de ontem, a presidente Tsai Ing-wen gravou um pronunciamento aos 23,5 milhões de taiwaneses. “Hoje, a China iniciou uma série de exercícios militares com disparos reais ao redor de Taiwan. Esse tipo de ameaça militar contínua e deliberada, especialmente o perigoso lançamento de mísseis em um dos mais movimentados corredores de transporte marítimo do mundo, é irresponsável. Isso não apenas mina o status quo no Estreito de Taiwan, mas também cria uma tensão elevada na região do Indo-Pacífico”, declarou. 

Tsai apelou “solenemente” à China para agir “com razão e moderação”. “Quero enfatizar que não escalaremos o conflito, nem instigaremos disputas, mas defenderemos, de forma resoluta, a soberania e a segurança, como baluartes de nossa democracia”, disse. Segundo a presidente, as forças de Taiwan intensificaram a postura de prontidão e acompanham, em tempo real, os desdobramentos no entorno da ilha. “Trabalharemos para manter o status quo pacífico e estável no Estreito de Taiwan. Nós somos calmos e não agiremos com pressa. Somos racionais e não atuaremos para provocar. Mas, absolutamente, não recuaremos.”

Por meio de um comunicado, o Comando do Teatro Oriental do Exército Chinês informou que “os exercícios se concentram em sessões de treinamento importantes, incluindo bloqueio conjunto, ataque a alvos marítimos e terrestres, e operação de controle do espaço aéreo”. A agência de notícias estatal chinesa Xinhua informou que os testes bélicos começaram por volta das 13h de ontem (1h em Brasília), com o disparo de “novos modelos de mísseis”, que atingiram “com precisão” a parte leste do Estreito de Taiwan. A China utilizou mais de 100 aviões de guerra e dez destróieres e fragatas. O ministro da Defesa do Japão, Nobuo Kishi, repudiou as simulações bélicas chinesas. “Nós condenamos fortemente o ato, pois trata-se de uma questão grave relacionada à segurança e à ameaça para o povo japonês.”

 

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