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‘Mostramos a força que a imprensa tem’, diz diretora de TV sobre cassação de Jalser

‘Mostramos a força que a imprensa tem’, diz diretora de TV sobre cassação de Jalser

“Mostramos a força que a imprensa tem”, declarou a diretora da TV Imperial Leiliane Matos. Ela se refere à cassação de Jalser Renier (SD), o principal suspeito de arquitetar o sequestro do jornalista Romano dos Anjos.

Após 27 anos ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Renier perdeu o mandato por quebra de decoro parlamentar. No entanto, a medida tomada pelos deputados estaduais ocorreu somente após mais de um ano da noite do sequestro que foi seguido por tortura.

Para Leiliane Matos a participação dos jornalistas foi fundamental para cobrar respostas e medidas sobre o crime que atentou contra a liberdade de imprensa em Roraima. Sem fontes oficiais, a diretora foi peça fundamental para informar a imprensa sobre que estava ocorrendo na noite do crime, bem como durante o desenrolar da história.

“A cada descoberta dos envolvidos ficávamos mais assustados. Porém, sabíamos que tínhamos uma missão importante nesse momento, acompanhar tudo, continuar cobrando e não podíamos parar. A TV continuou a intensa cobertura, ganhamos o apoio da população que foi muito importante não só para o Romano e pra Nattacha, mas pra todos os colegas de imprensa”, disse.

Sequestro e Tortura

Na noite de 26 de outubro de 2020, o jornalista Romano dos Anjos e a esposa Nattacha Vasconcelos foram surpreendidos por homens encapuzados. Eles usarem técnicas policiais para imobilização amarraram a mulher e sequestraram Romano. Em seguida, usaram o carro do jornalista para o sequestro e incendiaram o veículo.

Conforme a diretora, diante do crime, a equipe da TV Imperial teve a árdua missão de noticiar o caso. À época, a diretora acionou a polícia e seguiu com buscas internas pelo apresentador.

“Foi uma madrugada de terror. Sim! Houve uma comoção geral, toda a imprensa nos procurou para saber detalhes, alguns colegas se propuseram a ajudar na divulgação para que conseguíssemos achar o Romano (até então desaparecido). A TV imperial passou todas as informações que tinha para os colegas”, contou.

O apresentador passou toda a noite próximo a uma árvore. Ele estava com pés e mãos amarrados com fita adesiva, mas conseguiu se soltar. Quase 12 h depois, um funcionário da Roraima Energia encontrou Romano no Bom Intento, zona Rural de Boa Vista.

“Na hora da notícia, além do susto, o medo de algo ter acontecido com o Romano. Todos os colegas ficaram em Pânico, houve uma união muito grande pra que achássemos o Romano nas 12h que ele ficou desaparecido”, relembra Leiliane.

Cobranças da imprensa

Conforme Leiliane, durante o período em que ocorreram as investigações para identificar os suspeitos do crime não havia informações oficiais. Diante disso, a cobrança da imprensa foi fundamental para acelerar esse processo.

“No início, foi um pouco frustrante. Porém, um trabalho árduo da equipe de jornalismo foi montado para cobrar resposta sobre o caso. Cobramos, sim, a polícia civil e o ministério público, questionamos o que já tínhamos de informação e fomos pra cima. Não podíamos ficar sem resposta! Romano quase perdeu a vida, foi torturado, Nattacha ficou amarrada dentro de casa, os depoimentos deles já continham muitos detalhes importantes e então passamos a cobrar diariamente. Muitos colegas de outras emissoras se juntaram a nós, em especial as parceiras como a 93fm e portal Roraima em tempo”, sintetizou.

Importância da mídia

De acordo com o Doutor em Comunicação e professor de Jornalismo da Universidade Federal de Roraima (UFRR) Vilso Junior Santi, a mídia tem um papel imprescindível no contexto de conflitos.

“Os jornalistas tem papel tem papel fundamental na denúncia e na cobrança dos órgãos públicos, órgãos privados em relação à demanda da sociedade civil. Quando ele [profissional] faz isso está cumprindo seu papel”, analisa.

Além disso, ele ressalta que os profissionais tem atuação fundamental para decisões políticas no cenário democrático. Para ele, esse cenário político é frequentemente impactado por essas relações.

“Eles são mediadores e essa relação entre mídia e política é estreita. Agora, estamos vendo, por exemplo, o contexto do conflito entre Rússia e Ucrânia, o quanto isso é importante. A nível nacional, ajuda a decidir eleições, prender ou não candidatos, e no contexto local mais ainda […]falamos de isonomia para que o cidadão […] seja conduzido a tomar decisões mais equilibradas inclusive a quem escolhem como representante nos próximos pleitos”, avaliou.

Fonte: Da Redação

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