O QUE ESPERAR DOS NOVOS PARLAMENTARES GOIANOS EM BRASILIA ?
As novas legislaturas do Senado e da Câmara dos Deputados – bem como as das Assembleias – efetivamente só tomam posse em 1º de fevereiro. Mas o sentimento é de que, com a virada do ano, a política já seja outra, até mesmo no que diz respeito ao Legislativo.
Por Goiás, continuam no Congresso os senadores Jorge Kajuru (Podemos) e Vanderlan Cardoso (PSD), na segunda metade de seus mandatos. Já na outra Casa, permanecem Flávia Morais (PDT), Glaustin da Fokus (PSC), José Nelto (pP), Adriano do Baldy (pP), Célio Silveira (MDB), Professor Alcides (PL), Zacharias Calil (UB), Rubens Otoni (PT) e Magda Mofatto (PL).
Mas, e sobre os que pela primeira vez foram votados como congressistas? Quem são? De onde vêm? O que pretendem? Veja um breve resumo do que esperar de cada um deles.
SENADO
Ninguém aguarde do senador eleito o mesmo radicalismo que empenhou durante a campanha eleitoral, com exacerbação de pautas moralistas e defesa do armamentismo. Com Lula no poder, Wilder tende a atuar de modo pragmático – como, aliás, fez ao assumir o mandato com a cassação de Demóstenes Torres, em 2012. Pesa ainda mais para isso uma possível postulação à Prefeitura de Goiânia.
CÂMARA FEDERAL
Adriana Accorsi (PT)
Ter mandato federal em um governo petista dá à delegada muitos pontos a mais na busca pela cadeira da Prefeitura de Goiânia. Após dois mandatos como deputada estadual, em Brasília tem tudo para se notabilizar em pautas que busquem novos rumos para a segurança pública e também para questões ligadas aos direitos humanos e à proteção de mulheres e crianças.
Daniel Agrobom (PL)
Nome um tanto desconhecido do cenário político estadual, o ex-prefeito de Bom Jesus de Goiás foi uma das surpresas do pleito de 2022. Empresário de sucesso e liderança ruralista, ele quer ser um deputado municipalista e se tornar a referência parlamentar da Região Sul do Estado, trabalhando pelo agro e focado também na construção de moradias.
Gustavo Gayer (PL)
Nome mais midiático da extrema-direita de Goiás, deverá ser também o mais histriônico de todos os goianos na Câmara. Não há outro caminho para tentar sucesso que não seja emular o que há de mais radical no bolsonarismo. Com a habilidade comunicativa de youtuber – inclusive para espalhar notícias falsas –, não terá dificuldade para segurar seu eleitorado-base.
Ismael Alexandrino (PSD)
Depois de participar da equipe de transição do governo Lula, o ex-secretário estadual de Saúde certamente já chega com eventuais arestas “aparadas” com a esquerda. O único deputado federal eleito pelo PSD foi o principal braço de Ronaldo Caiado (UB) durante a pandemia e agora pode ser também um dos principais interlocutores do governo de Goiás em Brasília.
Jeferson Rodrigues (Republicanos)
Pastor licenciado da Igreja Universal, é o substituto natural de João Campos, que tentou o Senado e foi malsucedido. Vai ser o principal nome da bancada evangélica goiana. O perfil dele é diferente do de seu antecessor: embora conservador, é tido como mais moderado e conciliador, qualidade que correligionários e líderes das igrejas veem como necessárias agora.
Lêda Borges (PSDB)
O tucanato goiano em Brasília hoje se restringe ao nome da ex-prefeita de Valparaíso de Goiás e ex-deputada estadual por dois mandatos. Lêda Borges já adiantou que não fará oposição “ostensiva” – quem sabe, nem mesmo faça oposição – ao governo Lula, tradicional rival do PSDB. O alinhamento ao governo pode ser ainda mais efetivo pensando em 2024.
Marussa Boldrin (MDB)
A emedebista é a sucessora política do líder dos produtores rurais José Mário Schreiner no Legislativo federal. Salta de vereadora em Rio Verde para deputada em Brasília e será uma das figuras mais novas do plenário – tem apenas 32 anos. Vai pressionar pelas pautas do agronegócio como extensão do braço de seu padrinho, que é bem articulado.
Silvye Alves (UB)
Como ocorreu em 2014 com Delegado Waldir, a recordista de votos para a Câmara Federal em Goiás é estreante na política. Ainda durante o segundo turno, ela já havia declarado que deixará a ideologia de lado e que “vai fazer o que for melhor” para o Estado. É bastante cotada para ser candidata a prefeita de Goiânia, o que dependerá de seu desempenho parlamentar.