Quinteto fantástico pode ser decisivo para eleger o prefeito de Goiânia em 2024
RedaçãoVanderlan, Gayer e Adriana estão fortes em Goiânia. Mas nenhum deles tem o apoio de Ronaldo Caiado, Daniel Vilela, Silvye Alves, Gustavo Mendanha e Delegado WaldirQuem realmente está no jogo para a disputa da Prefeitura de Goiânia, em 2024? No momento, os pré-candidatos mais cotados, de acordo com pesquisas, são o senador Vanderlan Cardoso, do PSD, o deputado federal Gustavo Gayer, do PL, o prefeito Rogério Cruz (a máquina pública é uma grande “jogadora”), do Republicanos, a deputada federal Adriana Accorsi, do PT, e a deputada federal Silvye Alves, do União Brasil.Quer dizer, então, que o quadro está definido? Não. Primeiro, porque a eleição será disputada daqui a um ano e quatro meses. Segundo, porque as definições ocorrem por volta de abril e maio de 2024. Terceiro, os candidatos ainda não estão realmente definidosVanderlan Cardoso, por exemplo, aparece como um candidato substancial. Entretanto, se for para a disputa sozinho, sem apoio político de peso, tem condições de ser eleito? É uma pergunta difícil de responder, porque não há condições objetivas para esclarecer a questão. Porém, se ficar mesmo sozinho, sem amparo de padrinhos políticos nem de uma grande máquina eleitoral — é provável que até parte do PSD não o apoie, ou pelo menos não o apoie com entusiasmo —, há a possiblidade de largar na frente e de não ir nem mesmo para o segundo turno. Seria o tal cavalo “boliguaio” (mistura de paraguaio com boliviano).Frise-se: se está falando de tendência. Se Vanderlan Cardoso deslanchar, apoios podem aparecer. Mas o senador enfrenta outro problema político grave. Ele é de direita, mas a direita organizada de Goiânia, que circula com o senador Wilder Morais, Gustavo Gayer e o ex-deputado federal Major Vitor Hugo, os três do PL, não vai acompanhá-lo no pleito. O bolsonarismo sugere que ele se vinculou ao governo de Lula da Silva, do PT, para manter um aliado na Codevasf e assumir a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Por isso, ele é tratado como ex-bolsonarista e “neo-petista” (o que, a rigor, não é fato. Pode-se não ser bolsonarista e, ao mesmo tempo, não ser petista).Gustavo Gayer pode abrir espaço para Vitor Hugo disputar em Goiânia, de acordo com uma fonte no PL. O ex-presidente Jair Bolsonaro “aprecia” sua atuação na Câmara dos Deputados e nas redes sociais. Porque é um dos poucos que o defendem de maneira contundente e sistemática. Há quem o chame, no círculo de Bolsonaro, de “Bolsonarinho do Cerrado”.Adriana Accorsi planeja ficar na Câmara dos Deputados até 2026. Por três motivos. Primeiro, quer ajudar na governabilidade do presidente Lula da Silva, do PT. Segundo, planeja adquirir experiência política nacional. Terceiro, quer, com sua força junto ao governo petista e com as emendas de deputada, fortalecer seu nome em todo o Estado. Porque planeja disputar mandato de senadora em 2026, de acordo com um aliado.O PT tem dois nomes consistentes em Goiânia: Adriana Accorsi e o ex-reitor da UFG Edward Madureira. A deputada é mais forte, o que não significa que suas chances de ser eleita são muito altas. Mas o suplente de deputado federal é um nome respeitado na sociedade. Pode até ganhar, mas, se disputar, será mais um nome do PT consolidado na capital.A base governista, que tem vários nomes — Ana Paula Rezende, do MDB, Bruno Peixoto, do União Brasil, Rogério Cruz, do Republicanos, e Silvye Alves, do União Brasil (se puder ser candidato, Gustavo Mendanha, do MDB, entra no bloco) —, estaria indecisa? Parece, à primeira vista. Na verdade, espera-se a decisão de Ana Paula Rezende, empresária e filha de Iris Rezende.Diz-se que o empresário Frederico Peixoto, sócio da Construtora FGR e marido de Ana Paula Rezende, estaria contra a sua candidatura a prefeita de Goiânia. Mito ou verdade? O que ele teme, e com razão, é que a empresa, de nome respeitável em Goiás e fora do Estado, seja envolvida na campanha e, no caso de Ana Paula Rezende ser eleita, em denúncias resultantes de fake news. Trata-se de cautela, e racional. Porém, um filho da empresária, que planeja ser político (adora política), e a irmã Adriana Rezende, uma médica-dermatologista gabaritada, seriam favoráveis à candidatura.No MDB, do vice-governador Daniel Vilela, e no União Brasil, do governador Ronaldo Caiado, a conta está fechada: se Ana Paula Rezende quiser, e consta que ela tem vontade de disputar (vale ouvir o que diz um irista: “Ana Paula quer ser prefeita, o que teme é uma campanha agressiva e, depois, os compromissos de campanha”), será a candidata a prefeita de Goiânia.Como o MDB terá candidato a prefeito em Anápolis (Márcio Corrêa) e, possivelmente, em Aparecida de Goiânia (Vilmar Mariano ou Leandro Vilela), há inclusive a possibilidade de Ana Paula Rezende disputar mandato pelo União Brasil, e sem nenhuma resistência de Daniel Vilela. É evidente que há uma conexão histórica entre a família Rezende e o MDB, com a ressalva de que a ligação mais estreita de Ana Paula Rezende é com Ronaldo Caiado do que com Daniel Vilela.Na política não se pode esperar por muito tempo uma pessoa recalcitrante. Por isso, se Ana Paula Rezende não se colocar como candidata, desde já, a base governista — sob risco de ver Vanderlan Cardoso, Gustavo Gayer e, talvez, Adriana Accorsi descolarem de maneira inexorável — pode ficar para trás.Dada sua capacidade de articulação política, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Bruno Peixoto, do União Brasil, é um candidato possível a prefeito de Goiânia. De todos os pré-candidatos da base governista, é o mais político. É um misto de Iris Rezende e Ronaldo Caiado, na capacidade de agregar e de atrair variadas forças políticas. Se for candidato, é forte, talvez até fortíssimo. Mas fica a pergunta de um aliado de Ronaldo Caiado: o governador abriria mão de Bruno Peixoto como presidente da Alego? Não se sabe. O que se sabe é que, sob o comando do parlamentar, o Legislativo se mantém altivo, mas alinhado com as ações positivas do governo do Estado. Sem Bruno Peixoto, como ficaria a Assembleia?Silvye Alves dificilmente será candidata, porque lhe falta experiência política e amplo apoio. Mas tem voto e, por isso, é uma espécie de general eleitoral do União Brasil e da base governista em Goiânia e, mesmo, em outras cidades do interior, como Anápolis e Aparecida de Goiânia. Os aliados precisam ficar atentos à sua popularidade, à sua ligação direta com os eleitores.Há um aspecto que é fundamental para um candidato da base governista: a qualidade (e a quantidade) dos apoios.Pode-se falar que o candidato da base governista terá o apoio do quinteto que se pode chamar, em termos de voto e popularidade, de fantástico: Daniel Vilela, Delegado Waldir Soares, Gustavo Mendanha, Ronaldo Caiado e Silvye Alves. Bruno Peixoto não figura na lista porque é cotado como possível candidato. A primeira-dama Gracinha Caiado também presença forte na capital.Ronaldo Caiado é governador e é muito bem avaliado em Goiânia, ou seja, transfere voto e influencia o pleito. Daniel Vilela é vice-governador e tem força na capital (em 2020, seu pai, Maguito Vilela, derrotou Vanderlan Cardoso no segundo turno). Silvye Alves foi a deputada federal mais votada na capital. Delegado Waldir sempre recebeu votações expressões na cidade que tem mais de 1 milhão de eleitores. Mendanha extrapolou sua influência político-eleitoral de Aparecida para Goiânia (tanto que aparece bem nas pesquisas feitas na capital).Então, quando um exército eleitoral for para as ruas e para as redes sociais (que são ruas virtuais) com os cinco generais eleitorais — acrescidos de cabos eleitorais relevantes — para pedir voto para um candidato, qualquer que seja, ele se tornará altamente competitivo. Pode ser Ana Paula Rezende. Pode ser Bruno Peixoto. Pode ser Romário Policarpo (Patriota). Pode ser Rogério Cruz. (E.F.B.)