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Sabrina Garcez homenageia mulheres de axé pela contribuição para a tradição religiosa afro-brasileira

Sabrina Garcez homenageia mulheres de axé pela contribuição para a tradição religiosa afro-brasileira

No encerramento das celebrações do mês das mulheres, vereadora entregou 60 diplomas de honra ao mérito a lideranças do Candomblé e Umbanda, defendeu a liberdade de culto e celebrou a beleza do legado ancestral de resistência e fé, fundamentais para a preservação do costumes formadores da diversidade brasileira, trazidos do continente africano

Pela primeira vez na história, a Câmara Municipal de Goiânia realizou uma homenagem às contribuições das mulheres de axé para a cultura religiosa afro-brasileira. No encerramento das celebrações do mês das mulheres, a vereadora Sabrina Garcez entregou 60 diplomas de honra ao mérito a lideranças do Candomblé e Umbanda durante uma sessão especial na noite desta quarta-feira (28/3).

“Temos uma dívida histórica com as mulheres e os homens negros que construíram esse pais com o sangue e o suor de suas vidas escravizadas por 400 anos. E que encontraram a salvaguarda nas mulheres de axé, as mulheres de terreiro. Hoje não estamos aqui para falar de dor, mas de amor, de admiração, estamos aqui para exaltar a tradição afro-brasileira e para homenagear a cultura e a fé que vocês representam”, enfatizou Sabrina.

Com essas palavras, a parlamentar abriu a cerimônia em um plenário lotado de  mulheres, suas famílias e crianças, todos com as vestes coloridas e sagradas de suas respectivas tradições religiosas.

“Estamos aqui para defender a liberdade de culto e celebrar a beleza do legado ancestral de resistência e fé, fundamentais para a preservação do costumes formadores da diversidade brasileira, trazidos do continente africano”, disse Sabrina Garcez.

Duas apresentações marcaram a abertura da cerimônia ressaltando que, na tradição afro-brasileira, a música representa o sagrado e a dança, a celebração da fé. Acompanhado por atabaques o Babalorixá Mário entoou a cantiga de Exu e a cantora Tainá Janaina, as cantigas para Oxalá e Oxum, acompanhada na dança pela Yalorixá Carol de Oxum.

Na mesa, formada exclusivamente por mulheres, estavam a representante do Conselho Municipal de Igualdade Racial, Marileia Ferreira da Silva Lasprilla, a delegada da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher – DEAM (Região Noroeste), Azuen Magda Albarello, a coordenadora do Mapeamento da Cultura Afro-Brasileira em Goiânia, Adelbiane Conceição Campo, a superintendente da Igualdade Racial, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, Ângela Café.

O pronunciamento em nome dos homenageados, coube à Yalorixá Tereza de Omolu. Do alto de seus mais de 50 anos de atividade religiosa, em terreiro na região metropolitana de Goiânia, e apoiada pela filha, a Yalorixá Carol de Oxum, Ya Tereza fez um testemunho simples e comovente em que agradeceu a vereadora Sabrina Garcez pela iniciativa. Ela reafirmou a importância do reconhecimento, da visibilidade e da ocupação dos espaços em eventos para que os grupos religiosos tenham forças para enfrentar o preconceito.

“Desejo que vocês todos sejam felizes, como eu fui feliz no Santo, e que Omolu nos proteja, nos dê alegria, paz e amor, saúde e dinheiro”, saudou.

No seu pronunciamento, a vereadora Sabrina Garcez lembrou que seu mandato tem lutado em defesa da cultura popular e das tradições afro-brasileiras e quer fazer  mais. No ano passado, destinou uma emenda parlamentar para financiar o Mapeamento da Cultura Afro Brasileira de Matriz Africana no município, trabalho que dará conta das expressões da cultura negra na cidade, com georreferenciamento e o recorte sociocultural de comunidades de Afoxés, Ternos de Congada, Catupés, Moçambiques, Escolas de Samba, Blocos Afro, Terreiros de Umbanda e Candomblé, Cultos Tradicionais, Grupos de Capoeira, Hip Hop, Entidades do Terceiro Setor, e outros. Recentemente, propôs a inserção da Festa das Congadas e da Folia de Reis  no Calendário Oficial de Eventos de Goiânia.

Sabrina ressaltou que a religiosidade de Matriz Africana ressignificou símbolos e resiste até hoje seguindo o caminho deixado por nossos ancestrais. Mas enfrenta o desrespeito e o preconceito à memória dessa ancestralidade sagrada. “Um sagrado fundado por mulheres de axé, matriarcas que sempre conduziram a resistência política, religiosa e cultural”, enfatizou. 

A vereadora lembrou que  a situação das tradições e religiões Afro-Brasileiras é vulnerável frente às violações dos direitos assegurados na Constituição Brasileira, que garante a liberdade de crença e culto em seus artigos 5º e 19º.

Ela fez um apelo por respeito às tradições afro-brasileiras e à liberdade religiosa e declarou apoio de seu mandato: “Estamos aqui para trabalhar pela tradição e pela cultura afro-brasileiras com muito respeito e admiração, contem conosco, parabéns e axé”, saudou Sabrina Garcez.

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