UMA SÓ PESSOA FOI RESPÓNSÁVEL POR 50% DA ÁREA DESTRUIDA POR INCÊNDIO NA CHAPÁDA DOS VEADEIROS
Investigação inédita em Goiás conseguiu identificar e indiciar, em apenas um mês, quatro pessoas que provocaram sérios danos ao meio ambiente
Quatro pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil suspeitas de terem provocado focos de incêndio que em 10 dias destruíram uma área de quase 29 mil hectares na Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás. De acordo com as investigações, apenas um dos indiciados foi o responsável por 50% da imensa área devastada pelas chamas.
Os agentes comandados pela delegada Bárbara Buttini, de Alto Paraíso, identificaram os quatro suspeitos após troca de informações com equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e de levantamentos feitos com a ajuda de vários equipamentos, entre eles alguns drones. “Importante destacar que esse indiciamento é inédito em Goiás, e só foi possível graças à uma parceria com o ICMBio, e porque nossos policiais estiveram no local logo que o primeiro foco de incêndio foi detectado”, pontuou a delegada.
Dois dos suspeitos responderão por incêndio culposo, já que, segundo as investigações provocaram as chamas por acidente, no momento em que manuseavam uma serra elétrica, em um condomínio de casas. Este incêndio destruiu imóveis em dois condomínios que ficam em Alto Paraíso. O dono de um galpão que ficou completamente destruído pelas chamas relatou ter tido um prejuízo de R$ 150 mil.
Incêndio na Chapada dos Veadeiros: o que se sabe sobre o terceiro e quarto indiciados.
A polícia ainda não conseguiu descobrir porque um terceiro indiciado, que responderá por incêndio culposo, colocou fogo em uma mata que fica em uma estrada vicinal em São João da Aliança. O quarto indiciado, porém, que é criador de gado, e dono de uma propriedade rural que tem cinco mil hectares, ateou fogo em uma mata para limpeza de pasto, mas as chamas fugiram do controle, e destruíram quase 14.183 hectares.
Além do crime de incêndio majorado, este produtor foi indiciado também por corte de árvores em Área de Preservação Ambiental. Somadas, as penas para os dois crimes pode chegar a até seis anos de reclusão. Nomes e idades dos quatro indiciados não foram divulgados.