Wilder Morais sofre nova ação por irregularidades em gastos de campanha e pode ter diploma cassado Eduardo MarquesAlém do empresário,
também são investigados o 1º e 2º suplente da chapa: Izaura Cristina Cardoso e Hélio Araújo PereiraUma ação, proposta pelo Progressistas, no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) pode culminar na cassação do diploma de Wilder Morais (PL) eleito senador nas eleições de 2022. A justiça aponta supostas irregularidades em gastos e doações na campanha do político. Além do empresário, também são investigados o 1º e 2º suplente da chapa: Izaura Cristina Cardoso e Hélio Araújo Pereira. Com isso, a chapa pode ser cassada e uma eleição suplementar acontecer.“As contas apresentadas pelos candidatos representados, senador e suplentes, não refletiram com fidelidade os gastos efetuados, fato gravíssimo tendo em vista que a prática tem como finalidade ocultar desequilíbrio na disputa eleitoral e a falta de paridade de armas, valores que a legislação busca assegurar com o rigor no exame das prestações de conta”, cita trecho da ação.Quanto ao uso de helicóptero durante viagens de campanha, a causa processual aponta que os recursos estimáveis em dinheiro especificados não foram detalhados adequadamente. Segundo o processo, Wilder teria sido beneficiado com a doação não só com as horas doadas pelo piloto, mas também com o próprio transporte por meio do veículo.Ação aponta irregularidade na contratação de imóvel que foi usado como comitê político central da legenda, que ficava em frente à Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). Segundo as investigações, houve subfaturamento na locação. A campanha de Wilder teria locado pelo valor de R$ 17 mil, mas o valor de mercado seria de R$ 60 mil.“O representado é sócio-administrador de holding que controla a empresa proprietária do imóvel, o que coloca sob suspeição o contrato firmado, em face do evidente interesse de manter o montante do aluguel em valor abaixo do mercado”.Outro do ponto de destaque na ação é em relação a divergência entre informações relativas às despesas constantes na prestação de contas e as encontradas na base de dados da Justiça Eleitoral. No presente caso, as despesas irregulares somam o valor de R$ 36.006,89. A ação protocolada revela também um suposto esquema de “caixa 2”.Por meio de nota, a assessoria do senador Wilder Morais explica que a prestação de contas foi devidamente avaliada pela justiça eleitoral e aprovada. “As manifestações contrárias dos candidatos que não obtiveram o número de votos necessário para se elegerem é uma tentativa de cercear o direito de 799.022 eleitores que fizeram a sua escolha democrática. Esse comportamento da velha política é repreensível e está em desacordo com as expectativas das pessoas acerca dos seus representantes”, alfineta.PicanhaA Federação PSDB-Cidadania em Goiás, que lançou a candidatura ao Senado de Marconi Perillo, pediu no dia 26 de outubro do ano passado que o TRE-GO investigasse a campanha do senador eleito Wilder Morais nas eleições de 2022. A tese é de que, então candidato, o empresário teria abusado do poder econômico durante o período eleitoral e infringido a legislação, o que pode custar o mandato do bolsonarista. O advogado da Federação mira a partir da promoção da ‘picanha mito’ promovida no dia da realização do primeiro turno onde o Frigorífico Goiás teria vendido peças da nobre carne a 22 reais.Em participação no Programa do Ratinho, do SBT, Leandro da Nóbrega, proprietário do estabelecimento, disse que chegou a vender 22 mil toneladas da peça em um só dia. Com o preço do quilo sendo cobrado no dia-a-dia a aproximadamente 129 reais, haveria um prejuízo que ultrapassa os 2 milhões e trezentos reais. O empresário está entre o polo passivo do pedido de investigação.*Reportagem atualizada em 4 de janeiro de 2023 às 13h30 para acréscimo de nota do senador