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Projeto que institui a obrigatoriedade de atendimento psicológico durante o parto é aprovado na Câmara

Projeto que institui a obrigatoriedade de atendimento psicológico durante o parto é aprovado na Câmara

Projeto de lei que obriga o atendimento psicológico para mulheres durante o trabalho de parto ou que acabaram de parir em estabelecimentos de saúde de Goiânia, públicos ou privados, foi aprovado nesta terça-feira, 31, na Câmara Municipal. A proposta é de autoria da vereadora Sabrina Garcez (Republicanos) e segue agora para sanção do prefeito Rogério Cruz (Republicanos).

A matéria foi construída em conjunto com a psicóloga perinatal e obstétrica Karla Cerávolo e batizado de Lei do Umbiguinho. De acordo com a parlamentar, o nascimento de um filho é o momento mais marcante na vida de uma gestante. “Ainda que a mulher tenha se preparado psicologicamente no período gestacional, com todo o acompanhamento de sua equipe médica, o trabalho de parto é imprevisível”, observa Sabrina. “Não se sabe quais complicações a gestante e o bebê terão quando o parto se iniciar, como, por exemplo, o trabalho de parto prolongado ou o prolapso do cordão umbilical”, explica a vereadora.

Segundo um levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz, cerca de 25% das mães tem depressão pós-parto no Brasil. Em todo o mundo, a Organização Mundial de Saúde aponta que a condição afeta 20% das mulheres. A especialista em psicologia perinatal e obstétrica Karla Cerávolo, que apoiou a elaboração da Lei do Umbiguinho, explica que a mulher necessita do apoio das técnicas psicológicas para lidar com qualquer estresse no parto, como a dor, o medo e até luto.

A psicóloga destaca que é direito das mulheres amenizar a dor física com recursos apropriados. “Para isso há uma série de técnicas de respiração, auxílio com bola, exercícios, massagens e tantas outras estratégias, que não pode mais ser vistas como dispensáveis”, afirma.

Sabrina pontua que as alterações hormonais também podem agravar sentimentos de medo e apreensão já existentes durante a gravidez, o que pode provocar crises de ansiedade e até mesmo comportamentos agressivos, dificultando o processo do parto. Nesse sentido, distúrbios de estresse, histórico de depressão ou tendência de desenvolvimento à depressão e os traumas são alguns dos fatores que podem se intensificar durante a gravidez, influenciando tanto a vida da mãe quanto da criança no puerpério. Essas alterações psíquicas precisam ser consideradas não somente durante a gestação e o pós-parto, mas também durante o parto.

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